
Intervenção arquitetônica em consonância com os princípios da Cidade Saudável: experiência em escola pública de Santa Bárbara d´Oeste - SP
A aproximação da Promoção da Saúde com a forma de planejar as cidades tem se tornado fundamental diante dos desafios enfrentados pelo urbanismo contemporâneo como: o crescimento populacional, déficit habitacional e a expansão urbana, atualmente agravados pela situação pandêmica. O desenvolvimento de cidades saudáveis depende de uma forte conexão entre o poder público e as comunidades locais (BRANDÃO, 2010) e é possibilitado a partir da orientação de recursos e serviços públicos para a aplicação de ferramentas voltadas para a promoção da saúde e do bem-estar dos cidadãos. As experiências de intervenções urbanas e focadas nas comunidades locais como as de capacitação com enfoque na formação prática das autonomias transformadoras e redes sociais de contato são fundamentais para o planejamento da cidade saudável neste momento de 2020. Uma comunidade fortalecida, capacitada e apoiada em suas redes de contato podem promover mudanças profundas no território urbano e no tecido social, Sperandio, (2020). A aproximação acadêmica permite, aos representantes da academia e das comunidades, conhecimentos e intercâmbios ímpares que podem reatar o conceito de coletividade para o bem-estar e bem comum. A integração das ações e estratégias de promoção da saúde no espaço urbano vivo pode transmutar para um lugar bom de se viver, sem anular a necessidade da atualização das politicas públicas. O trabalho conjunto e intersetorial entre comunidade, poder público e as Universidades possibilitou a implantação e a sustentabilidade do projeto ao longo dos anos, destacando-se como uma experiência local de promoção de saúde que visa à melhoria da qualidade de vida de vida da população e sua efetiva participação, (SPERANDIO, 2017). Nesse projeto, a horta é um elemento fortemente vinculada à escola, não apenas na merenda escolar, mas também no aprendizado cotidiano para entender o saudável. Os alunos aprendem a teoria sobre as espécies que são cultivadas no horto, para depois utilizarem os conceitos na prática e de forma participativa, seja cuidando das hortas e aprendendo sobre as plantas, seja nas aulas de culinária onde aprendem a ter uma alimentação saudável, baseada em vegetais e hortaliças cultivadas nas hortas. Hábitos alimentares saudáveis podem impactar também na prevenção de doenças não-transmissíveis como diabetes, hipertensão e doenças cardiovasculares. Por meio do projeto verifica-se, indubitavelmente, as premissas do planejamento urbano para a Cidade Saudável como: participação social, coesão social, formação de redes, intersetorialidade, letramento, amorosidade, respeito, senso de pertencimento, resgate da cultura local, desenvolvimento das autonomias individuais e coletivas por meio da capacitação da comunidade e pela apropriação do projeto pela comunidade, (SPERANDIO, 2020). A articulação dos desejos individuais e coletivos para a realização deste projeto, e como ele próprio tem autonomia para se ampliar através da sua capilaridade. A comunidade local se une para mudar os hábitos de vida e difundir conhecimentos, e se conecta para reverberar os resultados do local para o global ? ?glocal? (DE LEEUW, 2017a, p. 21). A importância do horto no âmbito local, demanda ampliação das suas instalações para melhor receber a comunidade e os alunos da escola local, como projeto piloto. Portanto, o apoio da Universidade com o conhecimento técnico de arquitetos e urbanistas que se disponibilizam a projetar este espaço na perspectiva dos princípios da cidade saudável. Fato que consubstancia a função social do arquiteto, ao proporcionar espaços de qualidade para atender os anseios e desejos dos seus usuários..
Integrantes: Ana Maria Girotti Sperandio - Coordenador / Rodrigo Brandini Bloes - Integrante / Bárbara Bonetto - Integrante / Carlos Henrique Tristão de Camargo - Integrante / Tailana Fraga Lima - Integrante / Juliana Rodrigues Machado - Integrante / Rafael Salomão - Integrante.
